CLICK HERE FOR THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES »

sábado, 19 de abril de 2008

A manhã estupidamente chuvosa e a dor aguda de mais uma despedida, apertavam-lhe a garganta e faziam-lhe as mãos tremer.
- Chorar para quê?! Não adianta nada e as rugas.... já começaram a aparecer. Não lhes quero dar razões para proliferarem - dizia para si própria, numa vã tentativa de se equilibrar.
Felizmente a vida não é sempre dura e enquanto deixava um dos seus velhotes de estimação passar numa passadeira da baixa tripeira, uma mega carrinha bateu-lhe no carro por trás...
E aí sim, arranjou uma desculpa para deixar as lágrimas que a consumiam cairem desalmadamente. Sentiu o alivio... e, apesar dos espectadores da rua assumirem que o pranto era exagerado em relação ao embate, ela sabia qual a fonte da sua produção e não conseguiu controlar aquelas águas salgadas e amargas.

Entregou-se a um dos seus grandes prazeres e com uma das bandas sonoras dos seus sonhos, misturou culturas e gostos diferentes em frente ao balcão da cozinha. As cores eram mais que mil, os sabores distintos e novos como tanto gosta... sempre lambendo os dedos aliviou pouco mais o amargo daquela boca. O resultado final fê-la sorrir e por instantes conseguiu não pensar na chuva da manhã.
Respirou aquele novo ar, com notas do antigo.
Acende um cigarro e reza para que sejam queimados os neurónios da memória que anseia perder.

0 comentários: