Cristal Preta e Princess feet - O contra-ataque!

A pedido de várias famílias, o "bom filho à casa torna" e aqui a princesa volta a abrir as portas à plebe ;)

Vamos lá a ver como isto corre.... ;)

Raízes

Gosto das nossas raízes, gosto de velhotes, gosto de letras e melodias populares. Gosto de verde e do calor abrasador do interior. Gosto de ouvir e a partir daí sorrir. Gosto de rugas vincadas e de mão calejadas!

Tão bonitinha, esta senhora que canta em mirandês... :)

Deolinda* pra Ti!

A ti que me tiras o sono e o cansaço só consigo balbuciar: "o teu bem faz-me tão mal"

Pois só eu sei que "se não me seguram "dou-te" forte e feio: beijinhos na boca, arrepio no peito!"

"E soubesse eu artifícios de falar sem o dizer, não ia ser tão difícil revelar-te o meu querer..."

Circundando-te em jeito de cão pastor penso cá pra mim: "tão bela e imaculada, só não sou idolatrada por quem eu mais admiro."

Mas no fundo, no fundo, mesmo que o negues e renegues eu sei: O teu mal faz-me tão bem!

*ando completamente viciada nesta menina! :D

Pouca-terra/Tanta-terra/Pouca-Terra.... hu-hu....*

No banco à minha frente acabou de se sentar outra Princesa. De cabelos presos com ganchos mil e sorriso pacífico, emana uma alegria subtil de quem se encontra em harmonia com o seu ser. Pega num livro de capa branca enquanto espera pelo silvo do comboio que a leva de novo a casa.

Segundos depois, no corredor aparece outro Príncipe. De olhar reguila e pés de veludo, desliza silenciosamente sobre a alcatifa macia. Ao avistar o cabelo da sua Princesa sorri e aínda mais sorrateiramente rouba-lhe um beijo naquele pescoço exposto, sequeoso de paixão.

Os olhos da minha Princesa abrem-se e ao deslizar do pescoço encontra o seu amado. Salta-lhe para o colo e abraça-o com esplendor. Trocam um ultimo beijo de despedida e na minha memória ficam os seus olhares....

Ela senta-se de novo à minha frente e encosta a cabeça contra o vidro ao lado. Levita um sorriso nos lábios e os olhos miram as imagens da vivência que só ambos sabem contar...

*Às vezes aínda se encontram imagens de amor como nas estórias de encantar ;)

"Quem usa cueca preta, é anarca!"*

É nova, é amarela!

É macia e agarra todas as superfícies sem esforço!

É viciante e quase dona daquelas vontades que não quero dar espaço para liberdades. Cola-se às minhas mãos e traz com ela o formigueiro dos dedos que, mesmo com a consciência da carência total de harmonia, não conseguem parar de a usar.

Faz-me sorrir e o amarelo, desta vez, não é para aqui chamado.

Já disse que é amarela como o Sol que me aquece?! Aquele Sol que não é astro ou rei e cuja luz própria até tem, mas o calor, esse vai muito mais além?!

Já disse que me fez crescer asas e ferrões?! Que me alimento de polén e produzo mel?!

Que por aqui vagueio sem mão em mim ou vontade para a ter?! (p'ra quê?!)

É nova, é amarela! É tua, para todos; e eu limito-me a polinizar as flores que mudas, me pedem para contar as estórias que acalentam o tiritante friozinho do fim do Verão.

*Frase da minha infância que aínda hoje não me sai da memória.

Proxima estacion....

Porque são uns bichos que me têm "perseguido" ao longo dos ultimos anos, dum modo tão mágico que só eu sei o que me fazem sentir. Porque são delicadas, bonitas, coloridas e resistentes apesar da frágil aparência.

Porque sim! Porque gosto! E essa é a razão mais válida de todas as que posso apresentar.

Aqui entre nós que ninguém nos ouve:

Tal como acontece às princesas dos contos de fadas, gostava mesmo muito que uma destas meninas tivesse a vontade de descansar alguns uns segundos no meu dedo indicador da mão esquerda ;)

Na boca do Lobo

Com toda a cura, ela vai escovando a pele de cordeiro que vestirá na próxima noite de luar.

Já a lavou com água, sabão e amaciador ultra forte porque a pele quer-se macia e apetitosa ao toque. Nem esqueceu o nauseabundo perfume caprino que tanto seduz lobos e predadores...

A noite ocupa o seu lugar e em passadas lentas, ela vai farejando o vento e por entre a mata densa segue o trilho tentador do lobo que a faz acalentar.

Avista a toca pintada de prata e a adrenalina dispara fazendo-a de imediato arquejar. Dois segundos de espera e entra no covil, arrastando com ela o fedor a carne fresca e sucolenta, pervertendo o ar saturado que o lobo virá a respirar.

Mesmo sabendo que dentro em pouco a sua pele será dilaceranda pelas garras sedentas de carne quente e sangue, não resiste à tentação de lá ficar. Encosta-se à rocha e roça nela a pele que vestiu, conspurcando as paredes com o seu enlevo perfume.

Deita-se no centro, exposta como mais não podia estar e espera que o lobo chegue à toca, faminto da presa que voluntariamente se entrega à arte de bem se sacrificar...

24/10/08

Levaram-me 3 anos de trabalho, levaram-me fotografias duma nova vida. Levaram-me brinquedos e bússolas, vinhos e comida. Mas o que mais me custa ter perdido foram as prendas que me deste fora-de-horas, sem papel de embrulho ou laçarotes e que não valiam mais do que 2 tostões, mas lembravam a importância que um dia me fizeste ter...