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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Borboletando

Às vezes olhamos para trás não com saudade, nostalgia ou qualquer outro tipo de sentimento mais "pesado", mas como espectadores duma peça de teatro onde apenas existe o narrador. Narrador esse que conta a história de alguém, o percurso de uma personagem que acaba por se tranformar em nós. Naquilo que somos hoje. Uma personagem agora real, que em breve passará a ser, mais uma vez, fictícia.

Gosto desse jogo.
Tenho "Livros dos segredos" desde que aprendi a escrever e quando por vezes os leio (muito raramente, porque o passado deve ficar lá no sítio dele: ontem), (re)conheço mil e uma Etelvinas diferentes. São notas, compassos, acidentes, ritmos, pausas, tempos que constituem a sonata duma vida.
Podemos manter um fio condutor, mas somos sempre diferentes de ontem... Nem quero imaginar como seremos amanhã. ;)


A minha sonata dos ultimos anos, é composta por borboletas.
Tenho desenvolvido uma paixão... não, um amor (!) por estes insectos e sinto que esse amor tem sido correspondido. Encontro-as várias vezes no chão, intactas, à espera que alguém as apanhe. Aparecem-me em sonhos, no campo, na cidade (são animais cosmopolitas também), e em qualquer estação do ano! Aparecem com maior frequência quando algo na minha vida muda ou vai mudar. Se calhar não é misticismo. Se calhar estou só mais desperta, mais atenta a estes seres. Mas gosto de encantar a minha vida entregando-me sem restrições à ideia da cumplicidade entre nós.
É bom, adoça-me a boca! Alimenta-me os dias.



Curiosamente a vida une-nos cada vez mais e esta larva (sim, aínda nem cheguei à fase de crisálida) que hoje canta, vai borboletar para a Capital, como há tanto ansiava. No meio do Jardim Botânico, na Estufa do Lagartagis passarei os próximos tempos a ajudar na reconstrução daquele local.
Não é nada de especial. É apenas voluntariado, sei que me esperam dias de trabalho pesado e árduo, que tenho de controlar este tufão de entusiasmo interior e não criar as famosas "expectativas".
Mas há algo que não consigo controlar: para mim este momento é tão mágico como entrar numa fábula de encantar.



À custa desta "história toda", tenho em mim a melodia de Teresa Gentil:

Eu sonho rir contigo a ver o mar
na bicicleta blue, borboletando...
Bebericando um pó de estrelas
Se eu fico a ver o mar.

(E sim, sinto-me muito feliz. Atrevo-me a dizer: Radiante! :) )

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