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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Cinzento Cinza

A chuva não nos abandona um único dia. O "calor esquisito" que nos rodeia faz lembrar Dezembro e nem sequer encontro um sítio onde possa comer uma rabanada para acompanhar as temperaturas.
Atiraram-me um balde de cal por cima e as minhas roupas estão mais sujas do que as dos trolhas.... e depois despiram-me toda e fizeram-me andar de mão dada e cara de parva nas ruas mais movimentadas da cidade... E eu, acreditei nas palavras manipuladores que me diziam:
- Estás vestida, não tenhas receio!
Até que um dia se encheram de coragem e finalmente disseram:
- A princesa vai nua!

A enxurrada aconteceu e no meio da imundice, involuntáriamente lá estava eu.... com a vergonha espalhada por todo o corpo e a alma cheia de petróleo como se uma maré negra a tivesse conspurcado. As minhas asas queriam voar mas o crude não as deixou abanar nem um bocadinho.
Envergonhada arrastei-me por aí, iluminada apenas pelos meus olhos brilhantes e esperançosos. Cegamente esperançosos, por sinal.
Entrei numa casa que não era minha e quem ia a meu lado segurou, aparentemente, a porta. Mas quando tentei entrar levei com ela no focinho e o crude colou-me a ela.

Tamanha falta de respeito nunca senti. Nem sei lidar com situações como essa. Às vezes pergunto-me como pude ser tão inocente e estupida ao mesmo tempo. Como pude deixar que me desrespeitassem desse modo... e sinceramente, como pude acreditar na segurança quando, caminhava lado a lado com uma raposa....
Ultimamente custa falar de coisas bonitas. O tombo foi tão grande, a falta de respeito como nunca senti e a vergonha é tanta que só me apetece gritar, fazer manguitos e insultar.... mas isto passa porque tudo passa. Até a uva passa e o ano novo aínda tarda em chegar.

Até lá vou caminhando por aí, à procura do próximo raio de Sol e de alguém que saiba tirar este crude das minhas asas e caminhe a meu lado, de mão dada e nu também; A quem "respeito" seja uma das palavras essênciais do seu dicionário e "cobardia" só conheça dos livros.
No meu vocabulário, quem gosta respeita e protege a integridade alheia.
Continuo à espera das 19:30 de Domingo... mas não sei se o tempo, para mim, voltará alguma vez a ser mais do que um mero dia de trabalho.

3 comentários:

Bárbara disse...

Eu caminho ao teu lado, dou-te a mão e ando nua contigo, quando quiseres!

Tombos desse também os conheço bem, infelizmente...

Quando vamos passear?

Beijos gordos

Meres disse...

Olha para dentro de ti e verás que lá no fundo há uma luzinha que te aqueçe, ela aparecerá mais rápido do que pensas!
Beijos etelvina!! Força!

Etelvina disse...

Babita: assim que o sol permitir ;) caso contrário em serralves pra terapia ;)
meres: obrigada! :D eu sei que passa, só que ando um bocado à nora pq nunca me tinham feito o que fizeram ;) isto passa, claro. mas ainda estou abananada da "surpresa" hehehe